domingo, 1 de abril de 2012

SEPARAÇÃO DE PAIS! E como ficam os filhos?


De repente as coisas entre você e seu marido já não são como antes, as brigas são constantes e vocês decidiram que a melhor solução é a SEPARAÇÃO. Mas e as crianças? Será que também será bom para elas? Como tratar esse assunto com elas? Como elas lidarão com as mudanças?
Após a decisão da separação muitas questões passam pela cabeça dos pais em relação aos filhos. É bastante comum o sentimento de culpa  e pensamentos recorrentes de tentar manter o casamento até os filhos crescerem. Mas se as brigas são constantes entre o casal e se o relacionamento está causando estresse e tensão, a melhor opção é a separação. Há estudos que relatam que jovens e crianças se dizem muito mais felizes e menos estressados após a separação dos pais. Porém, nunca se esqueça que quanto mais amigável for o processo da separação e quanto mais diálogo tiver entre pais e filhos, menos tensão e problemas ocorrerão.

O que você precisa ter consciência é que nem sempre a criança está amadurecida o suficiente para entender que a separação é melhor para todos, inclusive para ela. Nesse sentido, você deve se preparar para algumas mudanças de comportamento que pode variar de acordo com a idade dela. Não se desespere, tenha muita paciência e tente sempre acolhê-la , lembre-se que esta é uma fase difícil para todos, mas que uma hora todos irão se adaptar com as mudanças, e tudo vai passar. Se caso, você (seja a mãe ou o pai) esteja com dificuldades de acolher a criança (já que é um momento frágil para você também), ou se essa fase estiver demorando para passar, procure ajuda de um Psicólogo.

Como cada idade lida com a separação de uma forma, vou abordar o assunto de acordo com cada fase. Mas lembre-se que esses comportamentos mudam de criança para criança e está intimamente ligado a dinâmica familiar. Outra coisa muito importante: amor, carinho, compreensão e acolhimento são sempre a melhor solução.
Segue abaixo cada fase do desenvolvimento infantil e os comportamentos mais comuns frente a separação.

1- Primeiros anos: ao contrário do que muitos pensam, a criança nesses primeiros anos sente as mudanças e capta tudo que acontece ao seu redor. Portanto, assim como você tem cuidado em tomar determinadas atitudes em frente de uma criança mais velha, deverá tomar o mesmo cuidado com um bebê ou criança menor. Aliás, há estudos que revelam que o bebê percebe quando a mãe e o ambiente a sua volta está bem ou não. Nesse sentido, evite brigas entre o casal na presença da criança. Tente se tranquilizar quando estiver com ela e jamais mude a rotina por conta do processo de separação. Essas atitudes podem trazer segurança e menos estresse para todos.
Nessa primeira fase é comum a criança ficar mais irritada, acordar várias vezes de noite, se apegar a mãe ou pai, ter febre e mal estar sem motivos aparente.
Quando maiores, podem demonstrar desânimo e falta de vontade de brincar, podem ficar mais quietas ou mais agitadas, podem se negar a frequentar a escola, ficar mais desobedientes, birrentas e choronas;  podem ter comportamentos regressivos como: urinar na cama, voltar pedir a chupeta, voltar a pronunciar palavras erradas novamente  e etc...
 Assim, será importante demonstrar segurança e passar para a criança que as coisas mudaram, mas que tudo vai continuar bem. Tente manter o contato criança-mãe e criança-pai como antes.
Se a criança for maior, vale investir no diálogo,  dê espaço para ela falar o que está sentindo, verbalize os sentimentos que você observa nela (Por exemplo:"Estou vendo que você está triste." "Sei que está sendo muito difícil para você."). Esse simples gesto demonstra que você a compreende e assim dá o  amparo suficiente para ela sentir-se segura em relação a nova sutiação. Além disso, faz ela distinguir seus sentimentos o que a torna menos confusa.
Criança a partir de um ano usa as brincadeiras para expressar os seus sentimentos como: raiva, medo, sensação de abandono, tristeza e etc. Ao brincar, ela projeta conteúdos inconscientes  e assim, elabora seus conflitos. Portanto, estimule-a  a brincar, desenhar, mexer com tinta, correr, andar de bicicleta e qualquer outra brincadeira.

A partir dos 6-7 anos: entre 6 e 7 anos a criança vai aprendendo a diferenciar seus sentimentos e já consegue compreender melhor as situações ao seu redor. Dessa maneira, elas demonstram claramente que estão tristes e conseguem expor o que sentem. Quanto maior a criança, maior será a facilidade dela lidar com a ruptura e frustrações. Porém, ainda assim é comum apresentarem: alterações no sono e apetite, irritabilidade, rebeldia, queda no desempenho escolar, isolamento (tanto da família como dos amigos) e outras alterações do comportamento.
Nesse caso, é necessário deixar a criança expressar o que sente, deixe ela demonstrar e falar que está triste, não cobre que a reação dela seja positiva. Respeite o que ela sente, afinal esse é um momento difícil para  todos, não há como negar. Esteja sempre aberta para escutá-la sem recriminar seus sentimentos e atitudes. Evite cortar o contato dela com a família (do pai ou da mãe) e tente manter os relacionamentos e a rotina  como antes.
Nessa idade, incentive a criança a também extravasar seus sentimentos através de esporte,  atividades físicas e brincadeiras.
Se você perceber que a criança se fechou demais e as alterações de comportamentos estão prejudicando sua rotina, procure ajuda de um Psicólogo, pois a terapia fára com que ela expresse seus sentimentos e elabore os conflitos causadas pelo processo de separação.



FICA A DICA: independente de qualquer idade ou situação durante o processo de separação será necessário 3 atitudes dos pais, que são: o acolhimento,  a compreensão e  o diálogo. Com essas 3 atitudes, você passará segurança a criança, dará liberdade para ela expressar seus sentimentos e assim, a fase de estresse e tensão que o período pós separação traz, será passageiro!
Tenha sempre em mente que a separação traz mudanças para todos e nos tira da zona de conforto, por isso há  conflitos e alterações comportamentais. Mas uma hora  essas mudanças se tornam rotina e todos passam a se adaptar com a "nova vida". TENHA SEMPRE PACIÊNCIA E MANTENHA A CALMA!

Ana Paula Miessi Sanches - Psicóloga

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