"Não pode haver compreensão entre a mão e o cérebro, a não ser que o coração seja mediador." (Relvas).
Neste e nos próximos dois posts serão abordado o tema " Problemas de Aprendizagem". Em cada uma das postagens será mostrado um documentário produzido pela HBO chamado "Não sei fazer isso, mas sei fazer aquilo" (I can´t do this, but I can do that) que mostra depoimentos de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem.
Antes de apertar o play para assistir os vídeos, leve em consideração o sentimento de cada criança e como elas superam a dificuldade dia-a-dia.
Documentário: Não sei fazer isso, mas sei fazer aquilo.Clique aqui para assistir - Parte 1
Nesse primeiro vídeo é abordado especialmente a Dislexia através dos relatos de uma menina de 9 anos (chamada Abbey) que convive com o problema.
Abbey descreve muito bem sua dificuldade:
" Ler e escrever são coisas que eu não sou muito boa. (...) Eu via as outras crianças explicando rápido, resolvendo problemas e eu ainda estava no primeiro. (...) Tudo era do jeito que eles aprendem e não do jeito que eu aprendo."
A palavra dislexia vem do grego. Dis- dificuldade e Lexia - linguagem. Portanto, entende-se que Dislexia seja uma dificuldade na aquisição da linguagem.
A Dislexia é a dificuldade de aprendizagem mais citada e divulgada. Por isso, deve-se tomar muito cuidado com as definições, pois muitas acabam sendo simplistas e tachativas.
É muito comum falarem que o disléxico troca as letras, o que é uma afirmação parcialmente errônea. O que acontece é a dificuldade em decifrar códigos, sendo as letras um deles. Portanto, se eles invertem as letras, é por que não conseguem diferenciar uma letra da outra ou as sílabas. Em linhas gerais, a criança tem dificuldade em decodificar os sons linguísticos, assim, ela lê uma informação, mas não armazena e nem decodifica o sentido. Na escrita faz apenas aproximações semânticas.
Vale a pena ressaltar que o problema não tem haver com má alfabetização, questões sócioeconômicas ou fatores psicológicos. Na realidade a dislexia tem base neurológica e carácter genético significativo.
Quanto ao tratamento, é importante salientar que o problema deve ser tratado o quanto antes, pois através de métodos desenvolvidos por equipe multidisciplinar (que envolvem a escola, a psicologia, neuropsicologia e fonoaudiologia) a criança desenvolverá
métodos próprios de aprendizagem. Com o tempo o cérebro tende a se adaptar àquela nova maneira de aprender e o aluno passa seguir o curso normal de aprendizagem.
O documentário mostra a diferença de discurso de Abbey antes e depois do tratamento.
"Eu odiava ler, porque não sabia e isso se tornou uma chatice. Agora adoro livros e a cada dia tenho confiança em mim mesmo..."
Assim notamos que o tratamento certo faz com que a criança aprenda e se desenvolva intelectualmente. O ponto de partida é a aceitação do problema e o acompanhamento educacional adequado.
Deixo aqui o vídeo na íntegra para quem quiser assistir inteiro:
Ana Paula Miessi Sanches (Psicóloga)
Tenho um namorado que tem dislexia, sempre busco compreender as limitações dele, e as vezes não é facil, sentir empatia por uma coisa que não compreendo. coisas que pra min são simples pra são complexas pra ele, e isso é frustante para ambos ,sinto que exijo demais dele as vezes. E gostaria de agradecer por este post ,pois assim pude entender um pouco mais, sobre o ''mundo'' dele
ResponderExcluirÉ muito comum isso acontecer, Tamyris. Dificil se colocar no lugar do outro quando a nossa maneira de funcionar é diferente. Que bom que gostou do post, o video é excelente para entender o problema, mesmo quando a pessoa não é mais criança.
ResponderExcluirAbraços!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDentro da programação da HBO, podemos encontrar os melhores e novos documentarios da história como ela é Guerras alheias, que apresenta a realidade da situação dos camponeses na Colômbia pelo perigoso pulverização de um herbicida que produz câncer.
ResponderExcluirMuito bacana... os professores precisam estudar e pesquisar mais para poderem ajudar essas crianças especiais que apresentam dificuldades de aprendizagem.
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