Nesse segundo post sobre dificuldades de aprendizagem, continuarei abordando o documentário produzido pela HBO - Não sei fazer isso, mas sei fazer aquilo - Parte 2.
Lembre-se: ao continuar assistindo, atente-se ao relato das crianças. Como elas sentem em relação a dificuldade? Como se superam dia-a-dia?
Documentário: Não sei fazer isso, mas sei fazer aquilo. Clique aqui para assistir - Parte 2
Essa segunda parte do Documentário aborda principalmente a dificuldade de Quenton, 10 anos. Quenton tem dislexia e discalculia. Como já foi falado no post anterior sobre a dislexia ( Clique aqui para saber mais sobre Dislexia) falarei sobre a Discalculia.
A discalculia é a dificuldade no aprendizado de cálculos matemáticos, na realidade, a criança não consegue fazer relação entre quantidade e números. Esse problema não tem nada haver com o nível de inteligência, a pessoa com discalculia apenas precisa desenvolver um jeito diferente de entender o raciocínio matemático. A discalculia, muitas vezes, é descoberta tarde, pois as pessoas tendem a confundir com o não gostar de matemática. Mas o problema vai muito além disso.
1- Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
2- Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas.
3- Seqüenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e sucessor.
4- Classificar números.
5- Compreender os sinais +, - , ÷, ×.
6- Montar operações.
7- Entender os princípios de medida.
8- Lembrar as seqüências dos passos para realizar as operações matemáticas.
9- Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.
10-Contar através dos cardinais e ordinais.
Quanto ao tratamento: assim como a dislexia, o quanto antes o tratamento se iniciar, melhor. Com ajuda de equipe multidisciplinar, será possível desenvolver um método para a criança aprender o raciocínio matemático. Um e psicopedagogo e/ou Psicólogo ajudará a elevar a auto-estima
valorizando suas atividades, descobrindo qual o seu processo de aprendizagem, através de instrumentos de aprendizagem diferenciados do que a escola propõe. Os jogos irão ajudar
na seriação, classificação, habilidades psicomotoras, habilidades espaciais,
contagem. Esses profissionais, se procurado antes, devem solicitar
os exames e avaliação neurológica ou neuropsicológica.
No vídeo Quenton fala da dificuldade de conviver com o problema em seu dia-a-dia e deixa explícito que sofre discriminação, o que certamente influencia na auto-estima dele. Porém, ele descobre a prática do motocross que diminui o sentimento de inferioridade e mostra que ele é capaz. De certa forma o motocross ajuda Quenton enfrentar suas dificuldades.
"As vezes as crianças falam mal de mim e isso me machuca. Elas dizem: Oi seu burro, oi esquisito!""(...) Eu me sinto sozinho, mas sou normal como eles. Eu aprendo de modo diferente, mas sou como eles (...)"
"Eu descobri o motocross e isso me ajudou muito (...)"
"(...)Minha dificuldade de aprendizado é muito difícil, mas eu consigo lidar com ela. Um passo de cada vez."
(Quenton, 10 anos)
Segue documentário na íntegra para quem ainda não assistiu.
Ana Paula Miessi Sanches - Psicóloga
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