quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Como trabalhar as diferenças com as crianças (Inclusão e Bullying = Ed. Emocional).




O tópico inclusão é algo muito discutido na atualidade. Fala-se da necessidade de preparar profissionais e ambientes públicos para atender pessoas com necessidades especiais, porém pouco se fala da importância de preparar as crianças para lidarem com as diferenças das pessoas que estão a volta delas.
Ultimamente tenho percebido essa necessidade até na clínica infantil, pois cada vez mais me deparo com crianças rígidas em relação a padrões sociais e por conta disso, se tornam intolerantes a diferença dos outros e até mesmo, preconceituosas (já falei um pouco desses padrões e regras sociais aqui no blog CLICA AQUI). Por isso, resolvi escrever aqui no blog e mostrar possibilidade de trabalhar as diferenças e tornar nossas crianças mais flexíveis perante a si mesmo e ao outro.

Dentro desse contexto o que mais me preocupa é a rigidez das crianças em relação aos padrões sociais, elas (provavelmente devido a mídia e a educação familiar) acreditam que o "correto" é ter a pele branca, ter cabelo liso (e se for loiro é melhor ainda), ser magro, que todos devem aprender rápido a lição e que ninguém pode ter nenhuma dificuldade. Aliás ninguém pode ficar triste, temos que sorrir o tempo todo. 
Porém, na realidade nada é assim de fato na vida e então, essas crianças além de exigir que os coleguinhas devem ser isso ou aquilo, elas passam a exigir delas e é aí que vem o sofrimento, porque além de terem preconceito em relação ao próximo (o que muitas vezes ocasionam o bullying), elas passam a ter preconceitos de sim mesmas e a autoestima infantil se abala. Como já disse aqui milhares de vezes, quando a autoestima está baixa a criança pode ter dificuldades de aprendizagem e socialização, o que afetará no desenvolvimento dela como um todo.

 Então, vou deixar aqui duas possibilidades de trabalhar as diferenças, o preconceito e a inclusão. 

OBS: Enfatizo que para trabalhar aceitação do outro e as diferenças alheias, é necessário trabalhar a aceitação de si próprio e o autoconhecimento.

1-) 
Objetivo geral das atividades: Desenvolve a criatividade, atenção focada e a memória. Se a atividade é feita em família, desenvolve o diálogo e aproximação entre pais e filhos.  Se a atividade é feita em sala de aula, traz aproximação entre alunos e trabalha questões de bullying.
Objetivo específico das atividades: ajuda a criança na conscientização de si próprio e noções corporais. Trabalha a autoestima, as diferenças, preconceito, percepção do outro e aceitação de como ele é.


Nome da atividade: Com quem eu pareço?

Proposta: junto com a criança, pegue uma revista e ao encontrar uma pessoa, peça para ela falar algumas características da pessoa encontrada (cor da pele, cabelo, sorriso, nariz etc..). Mostre a criança algumas possíveis características que se parecem ou que são diferentes dela. Faça a criança refletir! Se você encontrar  pessoas (na revista) que tenham características de alguém conhecido da criança, mostre para ela e pergunte o que ela acha (se acha parecido ou não). (A atividade também pode ser feita com algum personagem na televisão).


Nome da atividade:  Pintando o rosto!



Proposta: use maquiagem, guache ou tinta de pintura facial. Pinte o rosto da criança (pode ser o que você quiser: um bichinho, uma maquiagem leve, não importa) destacando sempre as características dela (por exemplo, mostre como são os olhinhos dela e passe a tinta/ maquiagem e depois mostre como ficou). Por fim, fale para ela fazer o mesmo em você. (Faça a atividade em frente ao espelho). Essa atividade pode ser feita em grupo, em ambiente escolar, entre os alunos, excelente se há casos de preconceito e bullying no grupo.


2-) 
Trabalhando o Curta Metragem: "Cuerdas" (Cordas) - ganhou prêmio Goya 2014.

Objetivo geral e específico: trabalhar as diferenças, a aceitação e a inclusão de maneira direta.



Faixa etária: Acredito que crianças a partir de 7 anos poderia compreender o filme, porém não há uma versão dublada (é preciso ler a legenda com rapidez) e há que diga que é um vídeo "pesado", pois há temas de perdas e morte. Tudo vai depender da forma como é trabalhado, ou do contexto. Pode ser trabalhado com crianças e adolescentes.
Proposta: Assista o filme com as crianças e discutam sobre as atitudes da personagem Maria, sobre as atitudes dos coleguinhas da Maria (que não brincavam com a criança especial), sobre quais eram as diferenças do amiguinho dela. Deixe as crianças falarem o que sentem em relação as amizades, as deficiências, as crianças especiais, sobre a morte etc... É importante ficar atenta, pois pode ser que a criança precise de acolhimento.
Em seguida, peça para a criança fazer um desenho sobre o que marcou ela no filme, pois isso ajuda na elaboração.

Essa são algumas formas de trabalhar o preconceito, as diferenças, o bullying e a autoestima das crianças  e que além dos pais, cabe a escola ter esse olhar. Por isso, mais uma vez retomo aqui a importância de aulas de Educação Emocional nas escolas e de profissionais especializados para isso no ambiente educacional. Enfatizo mais uma vez, que criança que se socializa bem, que se aceita e que tem autoestima positiva, com certeza irá bem na parte pedagógica.

Para quem quer saber mais sobre Educação Emocional, deixo alguns links aqui:
- Sobre Educação Emocional nas Escolas - CLICA AQUI.
Jogo das Emoções (como fazer) - CLICA AQUI. 
Desenvolvendo a autoestima infantil - CLICA AQUI. 




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Ana Paula Miessi Sanches - Psicóloga




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