Recentemente assisti o filme "Para Sempre Alice", que retrata o Mal de Alzheimer precoce, que é uma doença degenerativa que causa demência ou perda das funções cognitivas (linguagem, atenção, memória e orientação), causadas pela morte de células cerebrais.
O filme mostra a vida de uma inteligente professora de linguística, de uma famosa universidade, que aos 50 anos começa a apresentar lapsos de memórias, ate que recebe o diagnóstico de Alzheimer precoce. As cenas do drama mostra como a vida de Alice Howland muda e como todo o repertório intelectual que ela construiu durante sua jornada acadêmica (e até mesmo durante a vida como um todo) se perde, aos poucos, para o Alzheimer. Em questao de tempo, Alice deixa de ser uma mulher forte e decidida e passa a ser uma pessoa frágil e insegura.
Além dessa questão intelectual, que está explícita nos sintomas da doença, uma série de mudanças na vida pessoal de Alice, na relação com o marido e filhos, acontecem. Há cenas que mostram o esquecimento do nome de uma das filhas e o esquecimento de onde fica o banheiro na própria casa. Fatos que deixam claro o grande sofrimento emocional por parte da paciente e dos familiares. Quem não se sentiria entristecido se a própria mãe esquecesse o seu nome???
A pessoa com Alzheimer tem lapsos de memória, tem períodos de esquecimento, mas pode se lembrar do fato novamente, repentinamente. É possível, por exemplo, acontecer o esquecimento de alguém próximo e em instantes, ocorrer um retorno da memória em relação àquela pessoa. Esssa lembrança, possivelmente, vem acompanhada de tristeza e frustração. O indivíduo com Alzheimer tem mudanças de humor bruscas, pode se calar e\ou se tornar agressivo.
O filme "Para Sempre Alice" me fez refletir sobre a finitude da vida, na velha e boa questão do tempo: uma hora estamos bem, mas não sabemos nada sobre o nosso futuro. Achamos que temos controle sobre nosso corpo e nossa vida, mas na verdade não controlamos nada.
Acredito que o filme pode ajudar a pessoas que convivem com familiares com o Mal de Alzheimer, pois faz com que entrem em contato e entendam, de fato, como a doença se manifesta. Quando uma pessoa vive com alguém próximo com o Alzheimer e assiste esse tipo de filme, ela pode sofrer ao ver as cenas (devido à forte identificação com os fatos) mas, de certa forma, se prepara emocionalmente para ajudar o familiar, já que não há cura para a doença. Assistir o filme traz sofrimento, mas pode ter como conseqüência, o preparo para vivenciar as situações com o familiar que sofre da doença e, também, a aceitação da finitude da vida em geral. Enfim, esse tipo de filme é um preparo para o luto.
NOTA: o filme "Para Sempre Alice" foi reverenciado pela crítica e rendeu a Julianne Moore (a protagonista que viveu Alice) ao Oscar de melhor atriz.
FICAADICA: Eu assisti o filme pelo Netflix, mas vi que tem ele na íntegra pelo YouTube. Corre lá pra assistir!!!
É isso aí, pessoal?!? Espero que tenham gostado!
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Ana Paula Miessi Sanches - Psicóloga